Inspiradas no trabalho do músico suíço-baiano Anton Walter Smetak (1913-1984), as produtoras culturais Alana Silveira, de 30 anos, e Lívia Cunha, de 33, criaram o projeto InstruMentes – Música para (Re)Invenção. Sediado no Espaço Coaty, no Centro Histórico de Salvador, o projeto abrange três oficinas de improvisação instrumental, duas residências artísticas, duas apresentações musicais abertas ao público e uma exposição interativa. Ao término do projeto, as performances dos seis músicos-inventores da luteria orgânica e digital são gravadas e exibidas numa websérie de três episódios.

O projeto InstruMentes pode ser dividido em cinco ações: oficinas de experimentação musical e criação de instrumentos; encontro entre músicos-inventores; laboratórios de (des)construção de "instrumentes"; ocupação plástico-sonora; e websérie sobre músicos-inventores. Melhor dizendo: seis. Nenhuma das ações anteriores teria sido possível se, antes, Alana e Lívia não houvessem reformado o Espaço Coaty, na Ladeira da Misericórdia, no centro histórico de Salvador (BA). Depois de três anos fechado, o Espaço Coaty, que tem projeto arquitetônico assinado pela italiana Lina Bo Bardi (1914-1992), reabriu suas portas no mês passado, para a primeira apresentação pública do projeto InstruMentes. “Cada ação teve sua dificuldade, mas uma parte bastante trabalhosa foi a requalificação do Espaço Coaty. Depois de três anos de abandono e alguns roubos, fizemos uma requalificação ampla, envolvendo toda a parte elétrica e hidráulica”, explica Alana. “A ideia é integrar as mentes criativas de diferentes cidades a um local de grande peso histórico para nós, soteropolitanos, envolvendo gente, arte e a cidade, de forma fluida e profunda”, arremata Lívia.